quinta-feira, 28 de agosto de 2014

PRATA DA CASA: Futebolês, por que não?




 Dia de São Pega, sete da matina. Quando cheguei na Borges, dei de cara com a catimba dos motoristas. Toda a Zona Sul estava recebendo um cartão vermelho na hora de se movimentar pela urbe.  Os motoras estavam querendo dar um chocolate nos patrões e fazer um gol relâmpago. Pretendiam matar a jogada rapidamente, e emplacar um aumento de salário. A idéia era ganhar de virada, sem tempo para os patrões cavassem uma falta.
Mas os cartolas das empresas, os reis da firula, não nasceram ontem, não são beques de fazenda...  Além disso, alguns motoristas pipoqueiros deram um cartão vermelho para Sindicato e conseguiam fazer alguns golos contra.
Os motoristas se sentiram na banheira, não sabiam quem seria o craque capaz de fintar a Justiça do Trabalho e a Brigada Militar. Foi então que pediram uma prorrogação para organizar melhor a equipe. Em assembléia a Comissão de Greve, ouviu a Camisa Doze e também os artilheiros. Então a negociação fluiu.
Os cartolas reconheceram que os salários estavam baixos. Fizeram uma proposta: 30% de aumento no vale-refeição. E como prova da boa vontade, reabririam as negociações após a Copa. Um golaço: os patrões ganharam o jogo de virada.
Acordo fechado.

Silvia Clara Agnes

Na seção PRATA DA CASA, publicaremos semanalmente textos escritos pelos alunos das diversas oficinas literárias ministradas na Sapere Aude! Livros. O texto de hoje é de Silvia Clara Agnes, aluna das oficinas de Poesia do professor Diego Petrarca. Quer conhecer mais sobre nossas oficinas literárias? Acesse: http://oficinasliterarias.wordpress.com

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