quarta-feira, 27 de abril de 2011

::: Resíduos eletrônicos :::

A destinação correta do lixo é um problema mundial. Muitos governos, estudiosos e organizações buscam soluções para amenizar o impacto ambiental causado por nossos dejetos.
Estudos apontam que cada pessoa produz cerca de 300 quilos de lixo por ano, esse é um problema que exige a reeducação e comprometimento do cidadão.
Segundo o IBGE, a coleta seletiva é praticada por 45 municípios brasileiros. As prefeituras recolhem 900 toneladas de resíduos domiciliares por dia. Desses, 5% são reciclados.
Foi sancionada no segundo semestre de 2010, pela Presidência da República, a nova lei de PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), e que traz como novidade, a obrigatoriedade da logística reversa -- o retorno de embalagens e outros materiais à produção industrial após consumo e descarte pela população.

Em acordo com a nova PNRS o DMLU (Departamento Municipal de Limpeza Urbana), em Porto Alegre, implanta a coleta e destinação de lixo eletrônico. Em convênio firmado com a empresa IZN Recicle Brasil, o DMLU está devidamente instrumentalizado para fazer esse recolhimento e dar uma destinação final correta aos resíduos. Além do posto na Procempa (Av. Ipiranga nº 1.200 – fone 3289.6163), que já funciona desde o final de 2010, passaram a trabalhar, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, um posto na capatazia do DMLU no Gasômetro (Av. João Goulart nº 158 – fone 3289.6941) e outro junto à Seção Norte (Travessa Carmen nº 111 – fone 3289.6958).


Para saber mais:

sábado, 23 de abril de 2011

::: Dia Internacional do livro :::


O Dia Internacional do Livro teve a sua origem na Catalunha, uma região da Espanha. A data começou a ser celebrada em 7 de outubro de 1926, comemorando o nascimento de Miguel de Cervantes, escritor espanhol.
No ano de 1930, a data comemorativa foi modificada  para 23 de abril, dia do falecimento de Cervantes. Mais tarde, em 1996, a UNESCO instituiu 23 de abril como o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, em virtude de 23 de abril também ser a data do falecimento de outros escritores, Josep Pla, escritor catalão, e William Shakespeare, dramaturgo inglês.


Comemorando essa data tão importante para nós que nos dedicamos ao universo dos livros, compartilhamos com vocês esse vídeo muito original:




Para saber mais: UNESCO




quarta-feira, 20 de abril de 2011

::: Livros e telenovela :::

Nos capítulos da semana da novela Insensato Coração (Rede Globo), a personagem Norma (Glória Pires), apareceu diversas vezes lendo Ira dos Anjos, de Sidney Sheldon. Seguimos refletindo sobre as influências da literatura na nossa vida cotidiana, em especial, na telenovela brasileira.
Em nossa conversa com Nelson Nadotti, um dos colaboradores dos escritores de Insensato Coração, perguntamos sobre a escolha da leitura como companheira de Norma nesse período de reclusão bem como sobre o papel dessas leituras na transformação da personagem. Confira aqui mais um trecho do bate-papo:

OUSE SABER!: Como se deu a introdução dos livros às características da personagem, como essa ideia foi construída pelos autores?

NELSON NADOTTI: Na novela “Insensato Coração”, que está no ar, há uma reverência sutil à literatura através do personagem Norma (interpretado por Glória Pires), a presidiária que cumpre pena injustamente e só pensa em sair para reencontrar o bandido que a fez parar ali. É uma tema clássico, a da vingança – e Norma obtém suas armas para esta guerra indo à biblioteca da prisão e lá buscando romances que vão fazê-la refletir sobre a vida e sobre as pessoas. Esta decisão de fazer de Norma uma leitora que se transforma em outra pessoa através dos livros partiu do próprio autor da novela, Gilberto Braga, como se fosse a atitude mais natural de quem precisa reavaliar sua trajetória. Entre os livros que Norma procura, aparecem em cena Crime e Castigo” e “Os Irmãos Karamazov”, de Dostoievski, além de “O Outro Lado da Meia-Noite”, de Sidney Sheldon (escritor à moda dos folhetins tradicionais, e por isto autor de vários “best-sellers”). Os romances aqui mencionados contém elementos comuns à história de Norma; para os espectadores mais interessados, fica também a sugestão de uma boa leitura.

OUSE SABER: Pode-se dizer que as leituras estão estimulando Norma a refletir tanto sobre o comportamento social quanto sobre suas reações?

NELSON NADOTTI: Com certeza, Norma aprende com os livros mais do que poderia supor. Ela reflete sobre a frase “Se Deus não existe, então tudo é permitido” – logo ela que viveu placidamente até ali, sem se dar conta da complexidade das relações em sua volta. Esta placidez fez com que ela se envolvesse, inocentemente, com um homem sem caráter nenhum, a perversão em pessoa, que fingiu amá-la só para usar Norma a favor de sua ambição criminosa. A partir da leitura da frase citada, Norma passa a entender o motor que move o homem que a prejudicou. Norma agora se vê capaz de ir ao encalço do bandido, porque conhece melhor o comportamento doentio dele, e com isso ela está mais forte em sua busca de justiça.

Nos próximos dias vamos publicar a continuação desse papo, onde Nadotti vai nos falar do processo criativo, e das referências literárias que influenciam a construção da telenovela.

sábado, 16 de abril de 2011

::: Incentivo à leitura :::

Incentivar a leitura doando livros é uma boa maneira de começar a multiplicar leitores. Encontramos um vídeo americano que mostra de um forma bem direta os efeitos mais do que positivos da leitura nas crianças:




Se você quiser fazer parte, pode doar livros para uma biblioteca pública. Como? Entre em contato com uma das instituições e veja quais são os procedimentos adotados para que os recebam.

Aqui, algumas bibliotecas da cidade de Porto Alegre:


Bibliotecário Responsável: Morgana Marcon - CRB10/1024
Atendimento
De segunda a sexta-feira das 9h às 19h e, aos sábados, das 9h às 13h
Rua Riachuelo, nº 1.190 – CEP 90.010-273 – Porto Alegre – RS – Brasil
Fone: 51 3224 5045
Fax: 51 3224 5045
E-mail:
bpe@via-rs.net

Bibliotecário Responsável: Marília Saurer Diehl 
Atendimento
De terça a sexta-feira das 9h às 18h e, aos sábados, das 13h às 18h
Av. dos Andradas, nº 736, 3º andar – CEP 90020-004 – Porto Alegre – RS – Brasil
Fone: 51 3221 7147 ramal 250, 251

Neste link, você encontra outras bibliotecas do RS.

terça-feira, 12 de abril de 2011

::: Literatura e Telenovela :::

Assistir a telenovelas é um hábito na vida de grande parte dos brasileiros e, poucas vezes, pensamos nas origens dessas obras. O mais comum é fazer inúmeras críticas às telenovelas, principalmente aquelas que se referem ao conteúdo vazio, às tramas apelativas e aos exemplos de devassidão. Atualmente no ar pela Rede Globo, Insensato Coração exibe várias cenas da personagem Norma, interpretada por Glória Pires, não somente lendo, mas dialogando sobre suas leituras com a companheira de cela.

Personagem Norma, em uma das cenas da novela "Insensato Coração"/Rede Globo

Instigados, nós fomos conversar com quem faz a telenovela no Brasil, nestes últimos anos. Nelson Nadotti, é um dos colaboradores dos autores de Insensato Coração, Gilberto Braga e Ricardo Linhares, e justamente é responsável pelas falas da personagem Norma na prisão. Confira a seguir:

OUSE SABER! – Você concorda que a narrativa ficcional de televisão tem origem na literatura? Se positivo, por quê?

NELSON NADOTTI - As telenovelas, no Brasil, surgiram na década de 60 seguindo o modelo que era usado nas radionovelas, nada mais que a adaptação do gênero chamado de folhetim. O folhetim veio a público no século dezessete como uma narrativa melodramática, em episódios curtos e recheado de reviravoltas às vezes absurdas, publicada originalmente no rodapé dos jornais franceses. Servia para atrair leitores de um segmento mais popular e menos afeito às notícias em si, daí a pouca profundidade das tramas e a valorização do ritmo.

Como estas narrativas faziam sucesso por aumentar as vendas dos periódicos, acabaram sendo republicadas em forma de livros, e assim chegaram aos dias de hoje. Autores conhecidíssimos, Balzac e Alexandre Dumas entre eles, foram alguns dos que se forjaram esta forma de contar histórias que até hoje cai no gosto de todo tipo de leitor – e de telespectador. Não há telenovela brasileira – tida como das melhores do mundo – que não siga este modelo.

Nelson também nos falou de suas inspirações literárias para a construção do texto da novela, e das leituras utilizadas por Norma durante sua estadia da prisão... Mas isso é assunto para outro post. Aguardem!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

::: Incentivando a leitura :::

A fim de incentivar a literatura entre os holandeses, anualmente, a "Collective Promotion Dutch Literature", uma organização que promove a "Dutch literature", desenvolve um evento chamado de "Dutch Book Week".

Em 2011, o genêro escolhido foi a auto-biografia, representado por Anne Frank.

As obras em 3D, estruturadas a partir de páginas de livros, apresentam uma série de trabalhos artísticos que reproduzem portraits de personalidades como Vincent Van Gogh, Louis Van Gaal e Kader Abdolla.

Confiram as imagens da campanha:




segunda-feira, 4 de abril de 2011

::: Para usar no seu livro :::

Para quem gosta de usar uma capa no seu livro, olha que interessante essa alternativa feita de tricô!


As  fitas do tipo durex ou outras colantes podem danificar o livro, provocando manchas e colando camadas de papel, causando danos irreparáveis.

Chamada de "paperback", essa capa foi publicada no site coletivo de "handmade", chamado Estsy. Ela foi criada a partir de pontos de tricô e croché, por uma marca chamada Nothing But String , da Califórnia, Estados Unidos.

Esse tricô além de charmoso, pode ser uma alternativa de conservação e auxilio para retardar a ação do tempo no papel. Não agride o papel,  esse material orgânico que já tem uma tendência natural a se desgastar com o tempo.

Tem alguma outra idéia "green" para proteger o livro? Nos envie que vamos publicar!

sábado, 2 de abril de 2011

::: Como é belo o livro :::

O bibliófilo e o fim do livro 
O bibliófilo não tem medo nem da Internet, nem dos CD–ROM nem dos e-book. Na Internet ele já encontra os catálogos de antiquários, nos CD-ROM as obras que um particular dificilmente poderia ter em casa, como os 221 volumes in-fólio da Patrologia Latina de Migne, num e-book estaria super disposto a circular por aí com bibliografias e catálogos, tendo sempre consigo um repertório precioso, especialmente se e quando visita uma feira do livro antiga. Quanto ao resto, confia em que, até se os livros desaparecessem, sua coleção simplesmente duplicaria, que digo, decuplicaria de valor. Portanto, pereat mundus!

Mas o bibliófilo também sabe que o livro terá longa vida, e percebe isso justamente ao examinar com olhos amorosos as próprias estantes. Se tivesse sido gravada, desde os tempos de Gutemberg, em suporte magnético, toda aquela informação que ele acumulou teria conseguido sobreviver por  duzentos, trezentos, quatrocentos, quinhentos, quinhentos e cinquenta anos? E teria sido transmitida antes de nós, com os conteúdos das obras, as marcas de quem as tocou, compulsou, anotou, atormentou e muitas vezes, sujou com impressões de polegar? E alguém poderia apaixonar-se por um disquete como se apaixona por uma página branca e dura, que faz crac-crac sob os dedos como se acabasse de sair da prensa?

Como é belo um livro, que foi pensado para ser tomado nas mãos, até na cama, até num barco, até onde não existem tomadas elétricas, até onde e quando qualquer bateria se descarregou e suporta marcadores e cantos dobrados, e pode ser derrubado no chão ou abandonado sobre o peito ou sobre os joelhos quando a gente cai no sono, e fica no bolso, e se consome, registra a intensidade, a assiduidade ou a regularidade das nossas leituras, e nos recorda (se parecer muito fresco ou intonso) que ainda não o lemos...
A forma-livro é determinada pela nossa anatomia. Podem existir os enormes, mas estes em sua maioria têm função de documento ou de decoração; o livro-padrão não deve ser menor que um maço de cigarros ou maior que um tabloide. Depende das dimensões da nossa mão, e estas – ao menos por enquanto – não mudaram, queira ou não queira Bill Gates.
Função do bibliófilo é também aquela, para além da satisfação pessoal do seu desejo privado, de testemunhar sobre o passado e o futuro do livro. Lembro-me do primeiro salão do livro de Turim, quando reservaram ao livro antigo um grande corredor (depois, creio que este belo hábito se perdeu). Visitavam a mostra os jovens das escolas, e alguns eu vi grudados às vitrines para descobrir pela primeira vez o que era um livro de verdade, não um fascículo descartável qualquer, um livro com todos os seus atributos no lugar certo. Eles me lembraram o bárbaro de Borges, quando vê pela primeira vez a obra prima da arte humana que é uma cidade. Este havia caído de joelhos diante de Ravenna , e se fizera romano. Eu me contentaria se os jovens de Turim tivessem levado para casa pelo menos uma emoção, talvez até uma broca benéfica.
Ah, eu ia esquecendo: também as brocas fazem parte da paixão do bibliófilo. Nem todas desvalorizam o livro. Algumas, quando não afetam o texto, parecem uma delicada renda. Eu, hoje confesso, também gosto delas. Naturalmente, ao livreiro que me vende o livro manifesto desprezo e nojo, para baixar o preço. Mas já disse aos senhores: por amor a um belo livro a gente se dispõe a qualquer baixeza.
Texto extraído do livro Memória Digital, de Umberto Eco. Rio de Janeiro: Record, 2010. Páginas 53 – 55. É trecho de um opúsculo de U. Eco, publicado pelas Edizione Rovello em 2001.